Apenas fatos. Sem clubismo

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Esclarecendo: o termo “virada de mesa” ou “tapetão” é bem empregado quando o regulamento não é cumprido ou é mudado para beneficiar e/ou prejudicar um clube.

1982: a classificação para a Taça de Ouro do ano seguinte se dava pela campeonato estadual. O Santos, então, ficou na ´decima colocação do Campeonato Paulista, e deveria disputar a Taça de Prata, mas foi “convidado” a disputar a Taça de Ouro. O mesmo aconteceu com o Vasco, em 1983. Mesmo após ficar em nono no Carioca, o Cruz-Maltino disputou a Taça Ouro.

1986: o regulamento previa, na primeira fase, a classificação de seis equipes em cada grupo, que contava com 11 times. O Vasco e o Botafogo, que faziam má campanha foram beneficiados pela perda de pontos de equipes como o Joinville e a Portuguesa, e o aumento do número times classificados à próxima fase. A má campanha do Botafogo no ano se estendeu para o Campeonato Brasileiro e o clube foi rebaixado, mas não disputou a série B de 87 devido à criação da Copa União quando foi convidado a fazer parte da elite do futebol. Duvida? Clique aqui.

1992: o Grêmio estava na segunda divisão. Naquela edição, só subiam duas equipes. Com a má campanha na primeira fase da competição, o tricolor gaúcho foi beneficiado por uma mudança de regulamento, que passou a classificar 12 equipes para a Série A de 1993. Times como Coritiba, Remo e Santa Cruz também foram beneficiados pela virada de mesa.

1996: Fluminense e Bragantino fizeram as piores campanhas dentre 24 equipes no Brasileirão. Após revelado um escândalo envolvendo Corinthians e Atlético-PR sobre um possível esquema de combinação de resultados e propina, houve uma pressão para os dois times serem rebaixados. A CBF decidiu que naquele ano não haveria rebaixamento e Fluminense e Bragantino foram mantidos na série A.

1999: o rebaixamento era por média (em relação aos últimos três campeonatos). Botafogo e Gama foram rebaixados. O time carioca, em um jogo conta o São Paulo, perdeu por 6 x 1, mas ganhou os três pontos da partida devido à escalação irregular de Sandro Hiroshi, envolvido em uma questão contratual com outros clubes. O Gama decidiu recorrer também e o caso foi parar na justiça comum (nunca foi julgado). Devido à falta de credibilidade da CBF em organizar um campeonato, o clube dos 13 criou a Copa João Havelange. Botafogo e Gama foram mantidos na primeira divisão, Fluminense, Bahia, Juventude e América-MG foram convidados a jogar com os times da série A.

2002: Palmeiras, Botafogo e Portuguesa tentam virada de mesa, sem sucesso, após serem rebaixados. Os times alegaram que o jogador Wendell, do Flamengo, foi escalado irregularmente e o clube da gávea deveria perder os pontos das partidas em que utilizou o jogador. Nada foi provado e os clubes jogaram a série B. Duvida? Clique aqui.

2005: após o escândalo de arbitragem conhecido como “máfia do apito”, envolvendo partidas apitadas por Edilson Pereira de Carvalho, 11 jogos foram anulados por decisão do STJD. Entre essas partidas, dois jogos em que o Corinthians havia perdido, foram remarcados e o Timão conseguiu quatro pontos, aumentando sua vantagem na liderança. No final da competição, o time paulista ficou com o título, com 81 pontos, quatro a mais que o Internacional, vice-campeão.

* O Cruzeiro foi punido com pagamento de multa por escalar jogador irregular porque o jogador em questão estava com pendências contratuais. Nesse caso o regulamento previa que a punição poderia ser mediante multa e não perda de pontos

* Surgiram denúncias de que o jogador Tartá, do Fluminense, em 2010, teria jogado em circunstâncias iguais ao do Hérverton, da Portuguesa, e que o discurso do Paulo Schmidt teria sido que o resultado em campo deveria prevalecer. Já foi comprovado que Tartá jogou sem qualquer problema judicial. O que deve ser questionado é a contradição do dirigente de Paulo Schmidt.

* Jornalistas da ESPN Brasil explicam os recentes casos de virada de mesa

Pasmem. Muitas viradas de mesa sequer tiveram o Fluminense envolvido e as que tiveram, SURPRESA, não teve participação nenhuma do Fluminense como responsável da ação.

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Fontes: Folha de São Paulo, O Globo, Estado de São Paulo, Portal Terra, CBF e Blog Jornalheiros,

Merecidos Campeões

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O Botafogo sagrou-se Campeão Carioca depois de derrotar o Fluminense por 1 x 0 no dia 05 de maio. Foi o 20º caneco conquistado pelo glorioso. Com justiça, o troféu será encaminhado a General Severiano. O Fogão foi sem dúvida o melhor time do campeonato.

No meu texto sobre o Botafogo, na série sobre os quatro grandes do Rio, eu disse que não seria surpresa se o clube conquistasse o campeonato já no segundo turno. Dito e feito. Foi o time mais regular e mais inteiro na competição.

Seedorf sobrou em campo em praticamente todos os jogos. A zaga se mostrou consistente. O meio campo com Felipe Gabriel e Lodeiro oscilou, mas teve mais bons momentos do que ruins. As laterais funcionaram muito bem e deram mais poder ofensivo. Oswaldo de Oliveira teve o time na mão e o fez funcionar.

É o reflexo da organização do clube. Principalmente fora de campo. Diretoria pé no chão, contratações pontuais e certeiras e um planejamento de primeira.

Parabéns ao Botafogo que com justiça conquistou, de forma antecipada, seu 20º título do Campeonato Carioca.

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Pra cima dos Putos

Resolvi escrever sobre o Botafogo por último, dessa série sobre os quatro grandes do Rio porque os melhores a gente deixa pro final. O Fogão está com tudo. Pra mim, o melhor do Rio na atualidade. Campeão da Taça Guanabara, já garantiu vaga na final do Carioca com justiça. É um time muito bem arrumado com uma diretoria sã.

Fez contratações muito mais pontuais do que as do Fluminense. Os reforços mostraram serviço logo de cara. Comandados por Oswaldo de Oliveira e regidos por Seedorf, o alvinegro fez uma campanha regular e esculachou nas finais da Guanabara. Não teve pra ninguém. É um time cheio de expectativas, boas, diga-se de passagem. Não se espantem se matar o Carioca no segundo turno, tem tudo pra isso.

Acho que a palavra chave do Botafogo é humildade. Com os pés no chão, o Fogão foi comendo pelas beiradas e longe dos holofotes, soube trabalhar para mostrar serviço quando tinha de ser.Não posso falar do alvinegro sem enaltecer a figura do Seedorf. Que jogador! Não pela habilidade, indiscutível, mas pela sua postura. O cara chegou ao Rio e já foi correr em volta do gramado, foi conversar com diretoria e jogadores. O cara vivencia o clube desde que colocou os pés no Rio. Acho que se não fosse por ele não veríamos o Botafogo tão bem. A presença dele dá segurança e confiança a equipe. O cara tem moral. Briga, xinga, orienta, pensa e as vezes arma o time. O cara é praticamente o treinador da equipe. Se fosse outro babaca no comando do Fogão, o time estaria vivendo uma crise de egos, muito falatório e mimimi. Mas Oswaldo de Oliveira, sereno, sabe da liderança e importância do craque no time. Oswaldo tem a ciência de que as vezes a palavra de um jogador como o Seedorf pode ser o melhor a se fazer.

Fico impressionado como o time do Botafogo é consistente, diferente dos outros. Tem uma boa base na zaga, meio campo de marcação e armação bem ajeitado. Apenas ataque e laterais ainda restam algumas incertezas.

Mas atenção, Fogão. Nada de achar que não precisa melhorar. Se relaxar, vai dançar. Acho que o time sabe disse. Tanto que nessa Taça Rio não tirou o pé do acelerador. Ta com tudo e tem todos os elementos para matar o Carioca de vez no segundo turno.
Praticamente classificado para as semi-finais, o Botafogo vem massacrando os times pequenos e também os grandes. Apenas o Fluminense não perdeu, mas foi por pouco.

Espero que a equipe continue assim até o final do ano. O Brasileirão é longo e desgastante. Com mais três ou quatro bons reforços pro ataque e laterais o Fogão tem tudo pra alcançar o topo e permanecer por lá durante toda a competição.