Mandou mal Rachel Sheherazade

Fiquei triste quando vi uma das jornalistas que gosto bastante cometer o pior do equívocos: o preconceito. Logo você, Rachel Sheherazade, que tanto o combateu com suas opiniões, a maioria sensatas. Pô Rachel, mandou mal.

Entenda o caso: uma estudante da UFF passou em segundo lugar em mestrado com um projeto sobre Funk, que resumindo drasticamente aborda a figura da mulher, feminismo e a linguagem corporal. Uma das artistas objeto de estudo foi a funkeira Valesca Popozuda. Após a reportagem, a jornalista, em um quadro do telejornal que permite a opinião dos apresentadores, debochou do projeto da estudante sobre o universo do Funk, criticou o estilo, comparou o tema do projeto com a popularização das faculdades, entre outros comentários.

Rachel, sua crítica e opinião perderam sentido quando colocou o preconceito e ignorância em todo discurso. Infelizmente o que você falou é basicamente um discurso que entoa a classe alta e respalda na classe média.

Cada um tem seu estilo, se veste como quer, vê o que quer, ouve o que quer. Os mais “diferentes” são alvos de brincadeiras dos colegas. Quando entram na discussão sobre o que é melhor, os absurdos aparecem e o preconceito também.

Vou me ater somente ao mundo da música, que reflete bem esse pensamento elitista.

Para muitos babacas, ouvir bandas clássicas do rock como Black Sabbath, Guns N’ Roses, Iron Maiden, Deep Purple entre outros fazem deles pessoas com gosto apurado e se dizem melhores do que quem escuta, Justin Bieber, Restart, Belo e Valeska Popozuda. Assim como quem ouve Chico Buarque e MPB acha que tem um gosto musical bem apurado.

Não gosto de entrar na discussão de que banda ou estilo musical é melhor, porque isso não existe. O fato de não gostar de um grupo musical não me dá o direito de criticar quem gosta.

As pessoas precisam aprender que gosto é subjetivo. Não interessa se eu gosto de Funk e você Bossa Nova. Eu não sou melhor que você e nem você melhor que eu. Parem de querer se sobrepor às pessoas achando que o seu estilo é o certo.

Zombam de quem gosta de Jota Quest e querem impor a essas pessoas a ter de ouvir bandas como Bon Jovi e Legião Urbana. Isso é o que mais incomoda. As pessoas não aceitam o fato de outras não gostarem das mesmas coisas e começam a querer reeducar os outros.

Por isso Rachel Sheherazade, você mandou mal. Acho você uma jornalista ótima, suas opiniões são pontuais e corretas, mas dessa vez você errou. Funk fere o seus ouvidos? Então não ouça. Mas não comece uma campanha para impor a Bossa Nova nos ouvidos de quem não quer. Afinal, ficar a toa na vida e ver a banda passar é coisa de vagabundo que não tem mais nada pra fazer.

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Melhor emprego do mundo

Em um emprego normal, onde se é o empregado, o trabalhador normalmente chega na horário, bate o cartão, produz, tem 1 hora pra almoçar, volta a produzir e bate o cartão pra ir embora depois de 9 horas dentro da empresa, ganhando um salário, muitas vezes baixo, depois de anos de estudo. Nesse meio tempo a pessoa ouve muita cobrança, se reporta a chefia, tem reuniões exaustivas e trabalha sempre com prazos curtos. É avaliado a cada ação e caso não tenha um aproveitamento bom é demitido.

O jogador de futebol também tem superiores para se reportar: técnico, diretor de futebol e presidente do clube. Trabalha cerca de 4 horas por dia, considerando treinos de manhã e a tarde. Em dia de jogo trabalha apenas 90 minutos, três deles nem isso. Ganham salários muito acima da média da classe operária, mas a melhor parte não é essa. A melhor parte de ser jogador de futebol é que se ele não corresponde às expectativas quem é mandado embora é o técnico, um de seus chefes.

A situação ainda melhora quando se é um dos craques do time. O craque é poupado em muitos jogos. Em competições como campeonato Carioca e Libertadores é normal que alguns jogadores sejam poupados de exercer sua profissão para se preparar para a outra competição.

Imagine você, trabalhador comum, ter uma apresentação, reunião muito importante, que pode definir os rumos da empresa e pedir ao seu chefe ou supervisor para não trabalhar uns dois dias, se poupando para o grande evento? É, vai ganhar um belo de um esporro e ainda tem seu filme queimado na empresa.

E há quem defenda. Para muitos torcedores, esse jogador tem que ser poupado para grandes decisões. Amigo, ganhando cerca de R$300 mil reais, com o nível escolar que tem, deveria estar comendo a grama onde joga, antes das partidas.

Os torcedores que cobram mais profissionalismo dos jogadores são alvos de críticas. Hoje se alguém vaiar um atleta no estádio pode até arrumar briga. “Não tem que vaiar, tem que apoiar”.

Apoiar o cacete! Pago caro pra ver meu time jogar. Se o cara, que recebe no mínimo R$100 mil, não sabe fazer o básico vou vaiar e xingar até o fim. Não tem essa de ficar passando mãozinha na cabeça de jogador.

Mas tem gente que discorda. É ou não é a melhor profissão do mundo?

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Homens e Mulheres não são iguais

Tem me incomodado essa competição, essa guerra dos sexos, que acontece com homens e mulheres querendo provar que são melhores uns que os outros. Está chato essas feministas e pessoas que se dizem feministas fazerem protesto toda hora contra o machismo. Muita gente entra nessa onda. Até o Kinder Ovo foi acusado de ser sexista, coitado.

Entendam, homens e mulheres são diferentes, mas são fortes, competentes e capazes em qualquer função. Não existe profissão que o homem e a mulher não possam exercer.

No dia Internacional das Mulheres a gente lê coisas do tipo “Os homens tem que valorizar as mulheres” e “Hoje é dia da mulher, mas outros dias são do homem”. Ou então no 1º de abril “Hoje é o dia do homem”. Quanta bobeira. Temos que valorizar o ser humano sem a distinção de sexo.

“Homens e mulheres não são iguais, nem nunca serão, e qualquer homogeneização é burra e contraproducente. Nossos cérebros são distintos, nossos corpos diferentes se complementam e não há motivo para uma guerra de sexos. Mas, se ainda assim as mulheres insistem em se igualar ao homens devem começar por abdicar da redoma que as protege das missões mais duras e das críticas mais espinhosas” (Se você achou isso machista, dê uma olhada em quem disse essas palavras. Para agilizar, adiante o vídeo até 01:43). Reflitam.

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Como assim não valeu nada?

O jogo de ontem válido pela 6ª rodada da Taça Rio entre Flamengo e Fluminense parecia apenas mais um a se cumprir tabela. Mas o que vimos foi mais do que isso. De um lado, o já classificado Fluminense que divide o foco da competição regional com a Libertadores. Do outro, o já eliminado Flamengo que tenta terminar a competição de cabeça erguida.

Logo aos 8 minutos o Flamengo mostrou que, para ele, o clássico valia sim alguma coisa. Hernane, o brocador, marcou de cabeça aproveitando a falha do zagueiro Gum. O Fluminense parecia perdido em campo e o time rubro-negro aproveitou o momento. Michael chegou atrasado na bola cruzada rasteira por Rhayner na única chance de gol do tricolor no primeiro tempo. Só deu mengão no jogo.

Os laterais tricolores Wallace e Carlinhos não davam conta das investidas do time da Gávea que em todos os ataques chegavam com perigo. No final do primeiro tempo, durante a transmissão pelo Canal Fluminense, eu profetizei. “O Fluminense com esses erros de posicionamento está mais perto de tomar o segundo gol do que empatar a partida”. Dito e feito. Menos de um minutos depois, jogada nas costas do Carlinhos, pênalti pro Flamengo que Renato converteu. Me chamaram azarado, “Que boca, hein Guilherme Alt”. Mas pra quem tem o mínimo de conhecimento de futebol sabia que o segundo gol era iminente.

A volta do intervalo fez o time do Fluminense ensaiar uma reação. Mas ficou só no ensaio. Durante alguns minutos o tricolor pressionou, mostrou vontade, mas faltou categoria e organização pra empurrar a bola pra dentro. Enquanto isso, o Flamengo continuou pressionando e por pouco o jogo não virou goleada. Depois de fazer 3 x 0 com outro gol de Renato, o Fluminense diminuiu o placar com Sóbis, após boa jogada de Carlinhos e ficou nisso. No final do jogo ainda teve a expulsão do técnico Abel Braga, ao meu ver, desnecessária em mais uma clara vontade do juiz Marcelo de Lima Henrique querer aparecer no jogo, como ele sempre gosta de fazer em clássicos e jogos decisivos.

Nada como um clássico para mostrar aos torcedores rubro-negros a luz verde da esperança. Resta o técnico Jorginho aproveitar o tempo em que vai ficar parado para ajeitar o time para a Copa do Brasil e Brasileirão. Nada como um clássico para acender, novamente, a luz amarela ao time do Fluminense. Quinta-feira tem decisão e os torcedores esperam que o time entre com mais vontade diante do Caracas.

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Vamos abrir a mente

Eu vi muita gente compartilhando, desde ontem, textos de fan pages condenando esse “culto ao estupro” e querendo punição para o diretor teatral Gerald Thomas, no caso da Nicole Bahls. Mulheres, principalmente, condenaram de cara o ato de Gerald Thomas, tomando as dores da recém-recontratada Panicat.

Esse falso moralismo me enoja. Desculpem o desabafo. Querem fazer de Nicole Balhs uma santa e uma vitima de um assunto muito sério que é abuso sexual. Ainda mais agora que esse crime está tão evidente aqui no Rio em função dos ocorridos com moradores da cidade e turistas.

Peço às pessoas, antes de julgarem, que façam uma análise das possíveis resoluções desse caso.

1) Nicole Balhs estava trabalhando, em nome de um programa de humor (não importa se é bom ou ruim, vulgar ou recatado), e do nada Gerald Thomas enfiou a mão dentro de seu vestido sem o consentimento da Panicat. [Se foi isso que aconteceu, é caso de polícia e ela deveria ter usado de meios legais para denunciar o diretor].

1.1) Nicole decidiu não denunciar o diretor porque acabara de ser recontratada pelo Pânico e não querendo confusão deixou passar. Em vista disso, seus companheiros de programa que estavam presentes e/ou as pessoas que ali estavam deveriam tomar um atitude para impedir este ato e acionar os meio legais.

1.2) Nicole também poderia fazer o que qualquer mulher em uma situação dessas faria, ainda mais com a presença da imprensa no local e cheio de famosos: tascar no Gerald Thomas um belo tapa na cara.

1.3) Nicole disse, um dia depois ou muitas horas depois, para um site de FOFOCAS, que se sentiu desrespeitada com a situação, mas preferiu não fazer nenhuma denúncia ou escândalo. [Agora me digam, se ela não queria fazer alarde, por que fez questão de dar entrevista a um site de fofocas? Se ela se sentiu lesada, deveria procurar a polícia e não um repórter babaca que vive de polêmicas de “famosos”]

2) O Pânico pode ter se aproveitado dessa confusão para alimentar essa polêmica e instruir Nicole a continuar fazendo isso. O objetivo é simples: alavancar a audiência do programa para fazer com que seus telespectadores e curiosos de plantão fiquem ligados no domingo. Acredito que, pela repercussão, essa será a última matéria a ser exibida e terá, ao longo do programa, chamadas como se fosse a maior polêmica do universo no estilo João Kleber.

3) Gerald Thomas afirmou que meteu a mão debaixo do vestido da Nicole e que também tentou abaixar o zíper do Daniel Zuckerman, conhecido como o Impostor. Agora por que somente Nicole Bahls está em evidência? Por que com Nicole Bahls é abuso e com o Zuckerman não é? Por que quando um homem passa a mão na bunda de uma mulher existe uma revolta e quando uma mulher passa a mão nas partes íntimas do homem, esse cara não pode se sentir lesado? Dois pesos iguais, duas medidas diferentes. E não venham me dizer que os dois casos são tratados da mesma maneira porque não são.

Existem muitos aspectos nessa polêmica a serem analisados antes de sairmos por ai colocando certezas. Nicole como vitima deveria ter procurado as autoridades se ela se sentiu abusada sexualmente, assim como toda mulher e homem deve fazer em um caso como esse. Mas será mesmo que ela se sentiu estuprada? Thomas disse ao Globo a seguinte frase “O programa se chama Pânico’! E eles vêm com tudo! Mas são gente finíssima. Depois das brincadeiras, câmeras e luzes apagadas, nós nos damos as mãos (tanto em SP quanto aqui no Rio) e rimos de tudo, nos damos abraços e falamos ‘valeu, foi ótimo!’ Um dia depois, a imprensa ESCROTA (mas é o trabalho dela), explora somente o lado sensacionalista da coisa: “GERALD THOMAS ESTUPRA NICOLE BAHLS!!””.

Ta muito chato esse mimimi de mulheres que se acham feministas e que tudo é machismo. Quem sofre com isso são os homens e mulheres que por discordar de alguns pontos são taxados de tudo que é tipo. Ah claro, e o Kinder Ovo, também. Afinal, segundo as feministas o chocolate é sexista.

Saiam desse mundinho de fan page e blog de fofocas. Leiam matérias de jornais sérios e tirem suas próprias conclusões. Não tentem moldar a opinião do outro só porque ele discorda de você e nem distorça a realidade mudando-a de contexto.

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O país da sacanagem

Acabei de ver uma matéria feita pela Band Rio informando que um estudante de direito foi PROIBIDO de exercer sua cidadania ao organizar um protesto contra o aumento da tarifa das Barcas.

O jovem recebeu a informação que se prosseguisse com o protesto (organizado em redes sociais), seria multado em R$5 milhões. O valor foi estipulado pela justiça. Vale lembrar que no passado, a Barcas SA foi multada em irrisórios R$550 mil depois que um Catamarã bateu em um pier desativado, ferindo mais de 60 pessoas.

É um absurdo que a justiça negue o direito ao protesto e se pronuncia do lado de uma empresa privada que aumenta o preço das passagens 2 vezes em um intervalo de um ano sem qualquer melhora no serviço.

Essa cidade e esse governo cada vez mais cola na nossa testa o certificado de palhaço. No Rio Grande do Sul a população se revoltou e não cedeu até que o aumento das passagens de ônibus fosse derrubado.

Protestar contra um preço de passagem absurdo de R$4,80 pode acarretar em um prejuízo de R$5 milhões a um estudante aqui no Rio de Janeiro. Ferir mais de 60 pessoas por erro da própria empresa, gera uma multa simbólica de R$550 mil.

Esse país é uma vergonha. Infelizmente esse meu texto não vai chegar à massa que elege esses corruptos e sim aos meus amigos que compõe uma minoria com bom senso crítico e que sabe quem são os verdadeiros culpados por essa canalhice toda.

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A realização de um sonho

Ontem, sábado, dia 06/04, vai ficar marcado na minha vida para sempre. Depois de uma pequena sondagem ao longo da semana para colaborar com o Canal Fluminense, fui chamado praticamente em cima da hora para comentar o jogo contra o Resende.

O Canal Fluminense é uma rádio online feita de torcedores para torcedores, com o objetivo de transmitir todos os jogos do Fluzão. Além da rádio, há também um site que está sendo reformulado para fornecer informações precisas e relevantes sobre o ambiente do clube.
Sugiro aos tricolores que curtam a página do Facebook.

Aceitei o convite para comentar o jogo que valia a liderança do grupo B da Taça Rio e logo após o “sim” veio aquele frio na barriga. Comecei a pensar em várias coisas ao mesmo tempo e de maneira desorganizada. Quando iniciamos a transmissão, cerca de 15 minutos antes, e ouvi meu nome sendo anunciado, dei um leve sorriso e pensei “agora é com você”. Na hora em que comecei a falar percebi de imediato que não estava nervoso com a estreia, com a realização desse sonho, mas sim ansioso para que começasse logo aquele momento.
Fiquei surpreso com a minha calma, relaxei, me senti confortável. Afinal, se tem um assunto que eu sei muito bem é sobre futebol, mas especificamente sobre o Fluminense.

Durante as duas horas em que fiquei no ar senti que ali era o meu lugar. Com Cláudio Kote narrando o jogo e reportagem do meu amigo Gabriel Torres, tudo ficou fácil. Brincadeiras, zoações e profissionalismo, tudo ao mesmo tempo. Estava em casa.

A vitoria do Fluminense foi um detalhe. Pela primeira vez em muito tempo, torci para a hora passar devagar. Além de estreiar com pé direito, Rhayner nos brindou, enfim, com o tão esperando momento de balançar as redes. Obrigado Rhayner por tornar a noite ainda mais especial.

O convite para continuar comentando os jogos foi feito novamente. Se tudo der certo, e a burocracia de se conseguir o registro para entrar em campo da ACERJ chegar a tempo, no próximo domingo estarei em Volta Redonda no Fla x Flu. Agradeço ao meus amigos que ontem ouviram o jogo pela rádio e interagiram durante o jogo, em especial Diogo Cavalcanti, o Flu e Bernardo Fleming. Agradeço a minha namorada, Isabella Antunes, que além de participar, me deu total apoio e confiança. Agradeço ao meu pai, mãe, irmão e irmã pelas palavras de confiança antes e depois da minha estreia. E agradeço a todos os meus amigos que, mesmo não ouvindo o jogo, de alguma forma manifestaram apoio.

Um sonho foi realizado e tem tudo para continuar.

O Canal Fluminense está em busca de patrocinadores para continuar com o projeto de estar junto ao time e narrar as glórias proporcionadas por ele. Se conhece alguém que queira colaborar de alguma forma com esse sonho entre em contato pelo site http://www.canalfluminense.com.br/

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Pra cima dos Putos

Resolvi escrever sobre o Botafogo por último, dessa série sobre os quatro grandes do Rio porque os melhores a gente deixa pro final. O Fogão está com tudo. Pra mim, o melhor do Rio na atualidade. Campeão da Taça Guanabara, já garantiu vaga na final do Carioca com justiça. É um time muito bem arrumado com uma diretoria sã.

Fez contratações muito mais pontuais do que as do Fluminense. Os reforços mostraram serviço logo de cara. Comandados por Oswaldo de Oliveira e regidos por Seedorf, o alvinegro fez uma campanha regular e esculachou nas finais da Guanabara. Não teve pra ninguém. É um time cheio de expectativas, boas, diga-se de passagem. Não se espantem se matar o Carioca no segundo turno, tem tudo pra isso.

Acho que a palavra chave do Botafogo é humildade. Com os pés no chão, o Fogão foi comendo pelas beiradas e longe dos holofotes, soube trabalhar para mostrar serviço quando tinha de ser.Não posso falar do alvinegro sem enaltecer a figura do Seedorf. Que jogador! Não pela habilidade, indiscutível, mas pela sua postura. O cara chegou ao Rio e já foi correr em volta do gramado, foi conversar com diretoria e jogadores. O cara vivencia o clube desde que colocou os pés no Rio. Acho que se não fosse por ele não veríamos o Botafogo tão bem. A presença dele dá segurança e confiança a equipe. O cara tem moral. Briga, xinga, orienta, pensa e as vezes arma o time. O cara é praticamente o treinador da equipe. Se fosse outro babaca no comando do Fogão, o time estaria vivendo uma crise de egos, muito falatório e mimimi. Mas Oswaldo de Oliveira, sereno, sabe da liderança e importância do craque no time. Oswaldo tem a ciência de que as vezes a palavra de um jogador como o Seedorf pode ser o melhor a se fazer.

Fico impressionado como o time do Botafogo é consistente, diferente dos outros. Tem uma boa base na zaga, meio campo de marcação e armação bem ajeitado. Apenas ataque e laterais ainda restam algumas incertezas.

Mas atenção, Fogão. Nada de achar que não precisa melhorar. Se relaxar, vai dançar. Acho que o time sabe disse. Tanto que nessa Taça Rio não tirou o pé do acelerador. Ta com tudo e tem todos os elementos para matar o Carioca de vez no segundo turno.
Praticamente classificado para as semi-finais, o Botafogo vem massacrando os times pequenos e também os grandes. Apenas o Fluminense não perdeu, mas foi por pouco.

Espero que a equipe continue assim até o final do ano. O Brasileirão é longo e desgastante. Com mais três ou quatro bons reforços pro ataque e laterais o Fogão tem tudo pra alcançar o topo e permanecer por lá durante toda a competição.

Eu teria um desgosto profundo se faltasse o Flamengo no mundo

Sabe quando você tem certeza que um time vai ser campeão, mas aquela certeza mesmo? Era a que eu tinha sobre o Flamengo que disputou a Taça Guanabara. Aquele era um time campeão, era só uma questão de tempo.

Vi ali o que vi em muitos dos times rubro-negros vencedores do Carioca dos últimos anos. Jogo bonito, dinâmico, alegre, sem pressão e a sorte de campeão. Mas essa sorte é volúvel quanto um coração apaixonado.

E o menino Rafinha? Alegria nas pernas. Como joga bola esse menino. Esta dando gosto vê-lo em campo. Que partida fez contra o Vasco. Afundou a nau cruzmaltina. Espero que ele não se torne um Lenny da vida. Infelizmente para o garoto, futebol é um esporte coletivo e ele depende de mais 10. Um Flamengo se reestruturando da péssima gestão anterior, promete pés no chão. Ao que parece vem cumprindo ao pé da letra. A diretoria está com moral alto, mas a queda de rendimento do time estremeceu essa relação.

Assim como o Vasco, o Flamengo empolgou na primeira fase da Guanabara, trocou de técnico e está levando os torcedores às lágrimas na Taça Rio. A sorte de campeão abandonou. Paciência torcida, o time apesar de medalhões como Felipe, Ibson e Léo Moura, está em formação. Gosto de jogadores como Rodolfo, Amaral (as vezes), Gabriel (está dando mole, mas ainda vai ser muito útil) e claro, o menino Rafinha.

Não sei se o casamento de Jorginho e Flamengo vai durar, mas está prometendo coisas boas. Um treinador jovem e ao meu ver ainda aspirante, com bons trabalhos em times de expressão menor que o Mengão. Jorginho precisa conhecer o time e ainda não conseguiu encaixar a formação ideal, mas está quase.

Você torcedor que discorda de como ele escala o time precisa entender que o cara chegou agora. Diferente de quem ama e vive a realidade do clube há 15, 20, 30, 50 anos e conhece cada jogador.

Eu apostei no Flamengo campeão da Guanabara e perdi. E até agora estou querendo saber porque. Não reconheço o time que está em campo pela Taça Rio. Onde está a vibração? Onde está a agilidade do time? Aliás, onde estão os milhões de apaixonados que apoiam o time em qualquer condição?

Deixa eu contar um segredo, é espantoso, mas alguns parecem não saber. O Flamengo não funciona sem sua torcida. Quanto menos torcedores, mais fraco fica o time. Os rubro negros estão para o Flamengo assim como o cabelo estava para Sansão. Faça uma economia e corra para o estádio. Um momento, mas que estádio? Verdade, desculpa, essa confusão de interditar os palcos do futebol deixou todo mundo confuso.

Essa pode ser uma explicação para a queda do time. Enquanto tinha o Engenhão, tudo na boa. Depois da interdição, desmoronou tudo.

Volta logo Engenhão, volta logo torcida, o Mengão precisa de você. Eu teria um desgosto profundo se faltasse o Flamengo no mundo.

Time da Virada

O que está acontecendo com o Vascão? O time da colina parece ter desanimado do Campeonato Carioca e segue ladeira abaixo. Assim não vai ter chance de disputar nem o Penidão.

Ainda estou tentando entender o que aconteceu de diferente após uma Taça Guanabara regular e uma semi-final empolgante diante do Fluminense. Um time vibrante, jogadores seguros, mas que taticamente pecava em alguns pontos, foi conquistando pontos e marcando gols em todas as partidas até cair diante do maior rival. Com a luz amarela acesa, caiu de produção, mas não teve problemas em se classificar às fases finais da Guanabara.

O que mudou foi o comando. Saiu Gaúcho e entrou Paulo Autuori. Será que a mudança de técnico que os torcedores tando pediam é o fiel da balança para o time cair tanto em tão pouco tempo? No início do ano, então jogador do Vasco, o meio campo Felipe disse: O Vasco precisa de jogadores, não de dirigentes. Será que ele estava certo?

No plantel cruzmaltino, jogadores como Carlos Alberto, Dedé, Éder Luiz e Felipe Bastos tentar dar vida ao que sobrou, depois da derrota na final do primeiro turno diante do Botafogo. Seria o Botafogo um dos responsáveis?

Erga-se Vascão. O Carioca não tem graça sem você. Se o Vasco é o time da virada, não tenho dúvidas de que ela pode acontecer nessa Taça Rio. Talvez esse final de semana possa ser o ponto onde um time renascerá e a esperança vai invadir o coração da torcida. Lute enquanto restar esperança. Já vi muitas viradas improváveis nesse mundo de futebol. E seria uma grata surpresa ver o Vasco virar esse jogo e se classificar para as finais do Carioca.

O Vasco é o time da virada, o Vasco é o time do Amor.