Fiquei triste quando vi uma das jornalistas que gosto bastante cometer o pior do equívocos: o preconceito. Logo você, Rachel Sheherazade, que tanto o combateu com suas opiniões, a maioria sensatas. Pô Rachel, mandou mal.
Entenda o caso: uma estudante da UFF passou em segundo lugar em mestrado com um projeto sobre Funk, que resumindo drasticamente aborda a figura da mulher, feminismo e a linguagem corporal. Uma das artistas objeto de estudo foi a funkeira Valesca Popozuda. Após a reportagem, a jornalista, em um quadro do telejornal que permite a opinião dos apresentadores, debochou do projeto da estudante sobre o universo do Funk, criticou o estilo, comparou o tema do projeto com a popularização das faculdades, entre outros comentários.
Rachel, sua crítica e opinião perderam sentido quando colocou o preconceito e ignorância em todo discurso. Infelizmente o que você falou é basicamente um discurso que entoa a classe alta e respalda na classe média.
Cada um tem seu estilo, se veste como quer, vê o que quer, ouve o que quer. Os mais “diferentes” são alvos de brincadeiras dos colegas. Quando entram na discussão sobre o que é melhor, os absurdos aparecem e o preconceito também.
Vou me ater somente ao mundo da música, que reflete bem esse pensamento elitista.
Para muitos babacas, ouvir bandas clássicas do rock como Black Sabbath, Guns N’ Roses, Iron Maiden, Deep Purple entre outros fazem deles pessoas com gosto apurado e se dizem melhores do que quem escuta, Justin Bieber, Restart, Belo e Valeska Popozuda. Assim como quem ouve Chico Buarque e MPB acha que tem um gosto musical bem apurado.
Não gosto de entrar na discussão de que banda ou estilo musical é melhor, porque isso não existe. O fato de não gostar de um grupo musical não me dá o direito de criticar quem gosta.
As pessoas precisam aprender que gosto é subjetivo. Não interessa se eu gosto de Funk e você Bossa Nova. Eu não sou melhor que você e nem você melhor que eu. Parem de querer se sobrepor às pessoas achando que o seu estilo é o certo.
Zombam de quem gosta de Jota Quest e querem impor a essas pessoas a ter de ouvir bandas como Bon Jovi e Legião Urbana. Isso é o que mais incomoda. As pessoas não aceitam o fato de outras não gostarem das mesmas coisas e começam a querer reeducar os outros.
Por isso Rachel Sheherazade, você mandou mal. Acho você uma jornalista ótima, suas opiniões são pontuais e corretas, mas dessa vez você errou. Funk fere o seus ouvidos? Então não ouça. Mas não comece uma campanha para impor a Bossa Nova nos ouvidos de quem não quer. Afinal, ficar a toa na vida e ver a banda passar é coisa de vagabundo que não tem mais nada pra fazer.
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