Ontem mais um caso de desrespeito com a mulher foi registrado na cidade do Rio de Janeiro. A estudante Yasmin Ferreira se revoltou após o porteiro de um prédio em Copacabana seguidamente, de acordo com a estudante, a chamar de “gostosa” e enaltecer partes do seu corpo, algumas íntimas.
Notem que eu disse “De acordo com a estudante”. Apesar de casos como esse serem comuns, infelizmente, não podemos nos esquecer que o vídeo registrado de Yasmin foi APENAS a parte em que ela se revolta com o porteiro. Calma, não estou defendendo e nem negando. Mas como foi compartilhado no O GLOBO e o caso gerou repercussão, tendo a estudante, inclusive, ido ao programa da Fátima Bernardes, eu só vi ataques ao porteiro e apoio e defesa incondicional à Yasmin.
Não li nada que manifeste que o porteiro foi procurado para se defender das acusações ou confirmar que de fato fazia “elogios” à estudante. O que eu quero que percebam é que por mais que isso tenha acontecido muitas vezes e naquele dia a jovem explodiu, o vídeo não prova que o porteiro tenha feito aquilo. A jovem aparece bastante nervosa e cobrando respeito do porteiro. Claro que ninguém em sã consciência iria inventar um caso desses, parar na rua e começar a reclamar sem razão.
O que não pode é veículos de imprensa relatarem o caso já julgando-o sem o mínimo de apuração. Isso influencia as opiniões e manifestos dos leitores que certamente tomaram as dores de Yasmin. Mais uma vez, não estou negando que o caso ocorreu e sim a forma em que foi veiculado. Talvez mesmo eu falando isso vá ter gente que achará que estou do lado do porteiro, que sou machista e tantas outras coisas, mas não estou do lado do porteiro. Quero que a divulgação do caso seja feita da maneira correta.
O que aconteceu, como diz a lei, não é crime. O julgamento sobre o que é assédio, injúria e constrangimento é subjetivo. Se a pessoa se sentiu lesada de alguma maneira tem sim que reclamar. Se a pessoa reclama, mas mesmo assim continua sendo alvo de “elogios”, aí sim é cabe uma ação judicial. Ninguém merece passar por isso.
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